domingo, 22 de agosto de 2010

Uma idade.

A Idade Madura, Camille Claudel.

Camille explode angústias. As esculturas dela são parte do que mais me comoveu em matéria de arte em Paris.

Talvez porque goste da ideia obsoleta de enlouquecer por causa de alguma coisa, seja por amor, seja por um ideal, seja por uma coleção de selos.

O ser humano é grande quando abre mão da própria lucidez em prol de uma paixão.

Não é algo que eu provavelmente faria. Não é algo que nós, habitantes da modernidade líquida, faríamos, e por isso é tão bonito.

A arte de Claudel incandesce; acesa, apaga algo que toca fundo, de repente sentir são sombras. Sentir agonia. Provoca sensações frias, com o lirismo do sangue derramado. Dói por ser humano. Por sermos capazes disso.

2 comentários:

  1. confesso que prefiro arte em quadros ou em uma intervenção ou em... bem, o que eu quero dizer é que eu acho que a arte como escultura, acaba sendo meio diferente/estranho, pelo menos pra mim, acho que ela se confunde com o fundo da vida real, e em um quadro, por exemplo nos permite mergulhar dentro. mas, pensando assim a escultura é mais real mesmo, afinal ela é sólida, com volume, textura e as vezes pode ser até engraçada, como aquelas estátuas vivas. Por fim, te elogio como sempre: adorei a parte do texto em que tu fala de enlouquecer por alguma coisa, vou pensar nisso e procurar algo que me enlouqueça, amor já se tornou óbvio demais, e a gente tá na época em que a palavra mais falada é: INOVAÇÃO.

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  2. sim, curto arte plana também. Mas, sério, a Camille é muito foda. É muito sentimento escorrendo, tipo minhas saudades todas por aí =)

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