quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Paris, uma festa. Desde que não haja malas.

água, museu, pirâmide
Então que dizer que Paris é linda é dizer o óbvio. Elogiar Paris à exaustão é fazer o óbvio. E Paris não é nada óbvia. Nada daquela obviedade barata de luzes e cartazes. Pontes. Pontes grandes e largas, em contraposição à estreiteza das ruas. A travessia, o outro lado sendo muito mais importante que o andar reto pela calçada. 

Pont des Arts
Hoje fui a muitos outros lados. Paris são todos e múltiplos lados. Eu é que sempre fui lado nenhum, e agora tantos. Lados intercontinentais, que bonito isso, hipérbole para dizer o óbvio - não se pode ser inteiro pela metade. Mas Paris não é óbvia. Eu é que sou.

Mais calçada que ponte, sigo adiante. Algumas fotos, algumas frases, muitas saudades. E por ser óbvia, obviedades: 

Não sei a razão dos cadeados.
Paris é linda. Paris é grande e ainda assim não sei se caibo nela. (Ao menos não às seis horas no metrô). Paris é alta, Paris é subterrânea. Paris é poesia e paredes pichadas. Lirismo aos borbotões. Paris é romântica, Paris é nojenta com seus homens sexistas e premissas sexuais. Paris é cosmopolita em todas as roupas e cores; Paris é provinciana com seus horários comerciais apertados. Paris é Torre Eiffel brilhando, Paris é parque de diversões falido nas Tuilleries; é um museu magnífíco que fecha às seis da tarde.


Elogio, elogio e, em sendo óbvia, não pertenço a Paris. 
Que ao menos ela me pertença um por uns dias, então.


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Eu já tinha ouvido algo sobre esses cadeados e agora procurei na internet pra me certificar: são parte de um movimento que começou nos anos 70, na Hungria. Casais prendem cadeados à grades para simbolizar a sua união e amor eternos. Uma coisa meio "estamos presos um ao outro". Saudades já, vacona.
    Beijos

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  3. Que loucura. Fiquei assustada. Movimento cadeados jamais já!

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