quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Genialidade encontrada por Alexandre Porto.

Nara Leão canta Little Boxes em português:

Todos, todos iguaizinhos.


Little boxes on the hillside,
Little boxes made of ticky tacky
Little boxes on the hillside,
Little boxes all the same,
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

And the people in the houses
All went to the university
Where they were put in boxes
And they came out all the same
And there's doctors and lawyers
And business executives
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

And they all play on the golf course
And drink their martinis dry
And they all have pretty children
And the children go to school,
And the children go to summer camp
And then to the university
Where they are put in boxes
And they come out all the same.

And the boys go into business
And marry and raise a family
In boxes made of ticky tacky
And they all look just the same,
There's a green one and a pink one
And a blue one and a yellow one
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

Viva a bossa.

domingo, 26 de setembro de 2010

MINHA VIDA: o essencial.

Aqui o corpo resseca. O tempo inteiro. Lábios rachados, mãos secas. Comme d´habitude. Rennes é uma cidade pequena. Uma cidade é pequena quando cabe na palma da mão: Rennes tem basicamente só três linhas também: aquela mais à esquerda, que leva para o IEP. A central, que leva para o centro, e a que surge mais à direita, que leva à FNAC. 

Dissimulando que paguei o ônibus fazendo corações com a palma das mãos.
Na ponta dos dedos, a passagem de ônibus. Dilema ético: pagar ou não pagar o ônibus? Minha ética é sazonal. No início do mês, pagar o ônibus é razoável. Agora, já no finalzinho, pagar o ônibus é abuso. Cássio e eu nos olhamos e decidimos: vamos de cu na mão. Cu na mão porque os fiscais podem entrar (e entram) a qualquer hora, e aí é multa de 20 e poucos euros. A menos que vocês, latinos pobres, já tenham desenvolvido uma tática mais incrementada, como nós fizemos: a ideia é que você compre a passagem e valide-a. Aí, atrás dela, é marcado o horário em que ela foi validada (a passagem é válida por uma hora - dentro dessa hora, você pode pegar quantos ônibus ou metrôs quiser com ela). Claro que só pode ter validações feitas dentro daquela hora, senão o bilhete perde a validade. Mas então, nós sempre validamos o mesmo bilhete, que já está escurecendo atrás, para que o motorista ouça o barulhinho que a máquina faz e pense que pagamos, e aí ficamos segurando um bilhete novinho na mão, sempre próximos da máquina de validação. Se o fiscal entrar, esperemos que dê tempo de validar o bilhete novinho e nada acontece. Veremos até onde isso vai.

O que mais falar de Rennes? No geral, as pessoas são bem gentis, e quando ouvem que somos brasileiros, umas ensaiam um "bom-dia", outras falam da Copa do Mundo, algumas só assentem.

Os franceses estudantes, no geral, ainda são franceses. Então assim, tem a organização responsável pelos estudantes estrangeiros, composta basicamente por garotas, que são queridérrimas e disponíveis e estão sempre marcando eventos e tal. Depois tem o resto dos franceses, que acham, por sua vez, que nós somos o resto, e nada de muita integração nesse terreno por enquanto.

Salvo, é claro, na residência universitária Patton, Battiment B, onde estou. Aliás, para quem quiser (e espero fundo que queiram!) mandar cartas, postais, fotos, carne de verdade e assemelhados para mim, peguem o endereço:

12, Rue du Houx, chambre 368,
Battiment B
Cité U. Patton
35000

A residência merece um post só pra ela, com as faxineiras que lavam o banheiro sempre na hora em que vou tomar banho, e lá vou eu passear só de toalha pelas escadas, super brasileira. Aí que tem os pássaros. São pássaros lindos: brancos, pretos e azuis. Pássaros gremistas, segundo o Cássio (que deve estar logo chegando com novidades de Bordeaux, onde foi ver o show do Interpol). Mas aí que os bichos começam a gritar, a se estrangular em gorjeios brutais de corvo, voz residual de rouxinois acamados, pássaros do inferno, para ser bem exata.

Mas são bonitos, os pássaros. Deixemo-os para lá. Meu quarto fica no terceiro andar, que na verdade é o quarto. Sim, muitas escadas. Mas uma vista privilegiada do céu (da qual faço uso) e um vento miraculoso, daqueles ventos que amortecem saudades, que trazem vozes e risos subtropicais, que eu tanto preciso e amo.

Só que daí a gente entra no tópico "pessoas longe", e esse tópico me dói. Na maior parte do tempo, lembrar de vocês me faz sorrir, e então tudo bem. Uma ou duas vezes, no entanto, nos dias em que eu (ainda!) pego o celular pra ligar pra alguém pra tomar uma cerveja, e lembro que esse alguém tá distante, bebendo aquela vergonha que a gente finge que é cerveja brasileira, e aí dói até lacrimejar os olhos, lacrimejar o tempo e o espaço. Mas tudo passa. Tudo sempre passa. O futuro e o passado passam. Um mais rápido que o outro.

E entrando em pessoas, duas merecem destaque especial: o Cássio e a Fran. Os dois outros brasileiros, também gaúchos, também estudantes de direito da benemérita casa de andré da rocha. O Cássio, então, é a pessoa que se atrasou mais de hora pro churrasco na casa do Raf, ainda em Paris: prenúncio do inevitável - Cássio está sempre atrasado, o que não o leva jamais a apressar o passo ou o faz desistir de parar para ler algum cartaz de cunho político na rua. Mas se eu começo reclamando, é porque ainda sou a mesma Leti. Verdade seja dita, o Cássio é sensacional. É inteligente e culto e tem histórias incríveis de vôs e bisavôs mundo afora. Companhia engraçadíssima e cativante, quem me apresentou o show do Júpiter Maçã, que rende gargalhadas impróprias no meio da aula, quando um escreve no caderno do outro (sobre a professora) "ela também está tentando se livrar do ego, para ela vamos tocar então "an ego").

Os três querem se ver livres do ego.
E a Fran. A Fran é o tipo de pessoa, como eu expliquei pra ela, "bonita demais pra ser legal". Mas isso foi logo quando a conheci. Hoje, eu sei que ela é aquele tipo de pessoa que te faz desacreditar qualquer justiça divina: não basta que ela seja linda, ela é divertidérrima, inteligentérrima, tem uma habilidade com idiomas impressionante, tá sempre de bom humor e é o tipo de pessoa de quem todo mundo gosta: é super atenciosa e animada, e tudo isso comendo iogurte natural, correndo e se vestindo bem. Ah, além de conhecer Rennes de baixo pra cima e estar sempre a fim de ir pros breus do Marrocos, pro Leste Europeu, pro cinema: companhia maravilhosa. 

Ontem fizemos nossa primeira sopa "de verdade" juntas. Sopa não de pacotinho, quer dizer. Sério, foi ótimo. Pela manhã, fomos à segunda maior feira de rua da França, que é aqui em Rennes. Compramos couve, brocólis, vagem, morango, uva, pêssego, tomate e almoçamos comida chinesa maravilhosa. Aí, à noite, colocamos todos os ingredientes acima listados que parecem constar em uma sopa em uma panela, e esperamos ver no que dava. Junto, umas cenouras, uns tomilhos, uns temperos cuja tradução desconheço, e enfim: uma sopa maravilhosa, assistindo How I met your mother.

Aliás, deusdocéu, alguém aí me ensina a baixar filmes? Minhas tentativas com Lime Wire foram bem falidas. Acho que escrevi demais por hoje. Detesto essas descrições da minha vida, mas quero recebê-las de vocês, então acho justo, se alguém se interessar por isso. 

Os pássaros estão cantando. Sério, por que no te callas?, como diria o rei da Espanha. 

Um beijo forte, bem forte.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um fim de semana.


Como soubesses do que sou feita, um pequeno aconchego parte dos teus olhos. Não tento evitar me sentir tão bem, mesmo sabendo que isso de sentir assim tão grande é fraqueza. Os dois já sabem mentir. Chama-se experiência: enrubescer menos, descompassar menos o ritmo cardíaco, manter o olhar firme mesmo quando todo o registro do que se passa já desvaneceu.

Mas insisto meio besta nessa terra do nunca demarcada entre teu sorriso e o domingo que chega. Teu corpo e o meu, quilômetros de uma distância perfeitamente cabível, e mesmo desejada. Há dez anos entre um e outro, uma temporalidade que se apaga para desimportar-se. Brincas com as estátuas do Orsay, procurando a que te lembre mais de mim - brincadeira injusta. Paris inteira me lembra de ti.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Retrospectiva, ou a decadência, dos meus últimos 30 dias.


Paris: uma cidade de todos.
Colabore já!
Como hoje, dia 15, faz exatamente um mês que deixei o Brasil, nada melhor que uma boa retrospectiva.

Então, há exatamente uns 30 dias, eu estava fechando as malas (por que tão grandes?) em uma casa adoravelmente mobiliada, tendo, aliás, uma loja de móveis planejados (http://www.inusitta.com.br/) para quaisquer imprevistos.

Coloco aí o site para a contraposição ficar ainda mais clara, mas dada a situação atual do meu cartão de crédito (vocês verão), aproveito para lançar a campanha humanitária "Viagem Zero", que consiste basicamente em vocês renovarem suas casas com móveis dignos (ao contrário de moi) e, com isso, ajudar altruisticamente o meu intercâmbio e, principalmente, as minhas idas a Paris, que hoje se vêem ameaçadas pelo meu mínguo extrato bancário.

Pois bem, há 20 dias, eu estava em Paris, chiquérrima comendo pratos congelados de mercado, mas ainda assim, em Paris. Feliz e despreocupada, sem saber das agruras que a vida planejara para moi.

Um trem, duas horas e algumas semanas depois, chegamos ao estado atual das coisas.

AVISO: Se você é cardíaco ou sensível demais, não leia as próximas linhas.

Então que, voltando da Sciences Po, anteontem, Eu, Cássio e Francine nos deparamos, no chão, ao relento da calçada, com duas gavetas velhas e uma mesa com dois pés quebrados.

O que fizemos então?

a) olhamos com desgosto e continuamos;
b) Cássio chutou-as para ver se quebrava;
c) Francine sentiu-se grata pelas lindas mesas da residência universitária Patton;
d) Letícia, como de habitude, tropeçou e hoje vos escreve com os joelhos sangrando;
e) em meio a pulos de alegria, levamos as gavetas e a mesa quebrada para casa, pensando que finalmente teríamos onde comer.

(...)

a) olhamos com desgosto e continuamos; (X)
b) Cássio chutou-as para ver se quebrava; (X)
c) Francine sentiu-se grata pelas lindas mesas da residência universitária Patton; (X)
d) Letícia, como de habitude, tropeçou e hoje vos escreve com os joelhos sangrando; (X)
e) em meio a pulos de alegria, levamos as gavetas e a mesa quebrada para casa, pensando que finalmente teríamos onde comer. (V)


Assim, 30 dias depois de sair de casa, a eterna narrativa latina do jovem na Europa confirmou-se: somos quase papeleiros. Mas, vejam bem, papeleiros com estilo. Apresento-vos, meus caros, em primeira (tá, de segunda) mão, a nossa adorável mesa:


IKEA não faz melhor.
 Notem o design, a gaveta embaixo de maneira a maximizar o espaço, unindo o belo ao utilitário, super tendência.
 Do Lixo ao Puroloosho na Europa


Quem precisa de móveis planejados quando se tem lixo europeu nas ruas?


Francine já tem onde colocar as panelas:
a mesa salvadora.
Pois bem, estávamos felizes e dispostos a comemorar nossa aquisição sustentável, de olho nos padrões de exigência ambiental, sem sequer um prego desperdiçado, e então decidimos ir para Paris.



Como a escritora maravilhosa que sou, os mais atentos perceberão que agora interligo esse parágrafo ao terceiro, retomando a Campanha Humanitária Viagem Zero. Pois que fui pagar minha viagem e, claro, cartão de crédito recusado.



É isso mesmo. 30 dias depois de sair de casa, mobilio o quarto com lixo e estou com cartão de crédito recusado. Mais uma vez, perpetua-se a maldição latina sobre os que tentam sair do berço esplêndido.


Em meio aos Grandes Aprendizados que essa vida, agora dificílima, como vos relatei, em seus tortuosos 9m², trouxe-me nesses últimos e rigorosos dias de escassez (meus quilos a mais regados a Lindt, Kit Kat e risoto de pêra que o digam), não pode ficar de fora outra revelação que mudou definitivamente a minha vida: cozinhar não é impossível, só chato.

Despedindo-me, deixo-vos ainda um sábio conselho talhado pelas experiências drásticas deste último mês: façam isso também. É a melhor coisa do mundo.



E participem da Campanha Humanitária Viagem Zero, óbvio.



(ok, se a vida está fácil, o que dificulta mesmo é a saudade. Ela é grande e está engordando, que nem eu (o problema é que para acabar com ela não bastam corridas e melão docinho)).



Beijos luxuosos.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

reticências antes de dormir.

the hopelessness of it all

Qualquer lugar no mundo ainda é um lugar no mundo. Difícil lidar com isso. Que em qualquer que seja o lugar, haverá gente e lojas e bares, e vão mudar o horário comercial, o jeito de chamar o gato e o idioma. Mais nada.

Tenho um chamativo para pessoas que me decepcionem sem aviso prévio. Sem horário na agenda, fuzilam mais uma vez o que eu nem sei mais se tenho. E resto contra o muro que eu mesma construí. Não, eu não quero este muro. Preferiria um balanço. Mas se decido pelo contrário, mais uns dias de jazer se aconchegam em meu sorriso. E não tenho mais reinícios nas pálpebras.

Gastei-os todos da última vez. Que por isso mesmo devia ter sido a última vez. Meu sangue enterrado ao lado da desmemória de sua voz. Apagão de mim mesma. E depois um jeito gasto de acreditar de novo. 

Como poderia desconfiar do que me atrai? O homem sempre foi vencido pela mística dos abismos. A superfície não me interessa. Se não passar do chão, é espesso demais para estar vivo. A água penetra onde ainda não existimos. 

Mas acabo onde já estive. Dentro de mim mesma, e sem turismo algum. Percorro sozinha algumas ideias, alguns remorsos, alguns planos. Como é melhor quando mais alguém faz parte disso tudo. Meus fantasmas também temem meu escuro. Anoiteço às vésperas de uma boa notícia, que com a demora do que não acontece, nunca chegará. Mas se eu parar de esperar, o que de humano permanecerá em mim?

E se eu esperar até que a realidade por fim me atinja, quanto de mim ainda será humano?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

bem bebs que vergs.

E aí conhecer alguém que tem os mesmos gostos que tu, cantar loucamente na Fnac, ir pra Brest ouvindo o CD 1 dos beatles, pra ficar na casa de um cara que tu conheceu na mesma semana e ser bem recepcionada por toda a família dele, comprar vela e chá e entender que um lar cabe em nove metros, festejar a compra esperada de um travesseiro, encontrar um cookie delicioso, comentar filmes estrangeiros, elogiar o Pompidou com todo mundo, conhecer ao menos um cantor diferente de cada país, ter orgulho demais da música brasileira, comprar o novo livro do houellebecq, pegar ônibus e sempre se perguntar "pago ou não?". Vinho barato, cerveja boa, vida incrível. 

E não é que dá mesmo pra começar de novo? 

E de novo de novo?

Acho que gosto bastante daqui. 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Au quotidien.

Nunca me senti tão próxima do Chico. Somos eu e ele, todos os dias. Espero impaciente que seja noite no Brasil. Ela não aparece. No meu país é sempre manhã. São cinco horas de diferença, vinte e um ano de semelhanças. Não quero fazer soar tal exílio meu intercâmbio seis vezes sonhado. Algumas distâncias não precisam de quilômetros para se firmarem. 

Só que me reverberam por inteiro as vozes que eu não ouço, as conversas que não estou tendo no bar da cidade baixa onde não estou indo. Explico que Porto Alegre é a cidade do Fórum Social Mundial, o Fórum feito em contraposição ao de Davos. Um outro mundo é possível. Mas me sinto plástico. Me sinto rasa. Porto Alegre, para mim, não tem nada a ver com o Fórum. Ou ao menos não tanto como ela tem a ver com o Bom Fim e eu e o Igor indo ao Zaffari decidir o que cozinhar, ou estar no Felipe sendo convencida a ir pra buatchy, ou fazendo negrinho péssimo e ligando pro Gauti chegar logo, pelamordedeus.

Porto Alegre é uma casa no alto do Cristal, é ligar pra Tephy pra gente decidir juntas só ir amanhã na academia. É ir no bar das lébskas pra continuar nosso seriado, é gif de relacionamentos abertos, é o Planalto lá na distante Zona Norte, na mesma rua que a Stock, e ir junto com ela uma vez por semana pra UFRGS, mais por afeto que por praticidade. 

Porto Alegre é comprar colchão com o Guilherme, fazer festa junina com a Cassi, a Clá, a Carol, a Nanda, o Bruno e sempre sentir falta da Aline. É a Cultura cheia de livros lindos que não posso comprar, é ir ao cinema na sessão louca das mães, é encontrar tudo que não estou procurando no centro lotado, pra depois entrar no café do Mário Quintana, no café do Margs, no Café do Cofre - não achei nenhum café melhor em Paris, garanto. 

É ir em sebos com a Jubão, em palestras de arquitetos que curtem uma graninha, é meu pai sempre querendo que ela estagie com ele. Porto Alegre é chegar em casa à noite e sentir o cheiro bom (falta maluca!) da comida feita em casa do pai, é ouvir a mãe falar sobre tudo e sobre nada e procurar meus gatos, é reclamar que a Gabi tá assistindo Smalville DE NOVO na sala, porra, como é que pode? (E depois assistir junto e ficar perguntando incessantemente sobre tudo).

É a vó juntando dinheiro pra vim me visitar, lindérrima e gauchista, rindo de quando o vô, gaúcho típico, atirou pela janela o quadro dela do Che, "quadro de homem em casa, só o meu". A vó reclamando e atiçando meu feminismo - "que merda, Lê, eu também queria fazer ter feito isso, mas na minha época eu era um grande hímen - que coisa mais estúpida!" A mesma vó que me disse, com algumas lágrimas mal-disfarçadas, "Lê, tu tem que transar com todo mundo em Paris! Tu só é jovem uma vez!" e eu embaraçada na frente da família, clima super casar virgem e bons costumes.

Agora sou só eu na frente do meu embaraço. Embaraço sem plateia - e que desconhecidos não são plateia cativa, não vale a pena. Então converso com o Chico, com o Ney, com a Nara, com Caetano. E estou longe de casa ainda, mas tenho um pouco de música. Tenho muito de vocês.